A relação entre patrão e empregado sempre exigiu atenção e vigilância para garantir que os direitos trabalhistas sejam respeitados.
No entanto, nos últimos anos, aumentou muito uma prática que tem causado prejuízos à classe trabalhadora: a pejotização.
Esse termo, embora não seja comum no dia a dia de todas as pessoas, representa um problema que afeta diretamente a carteira assinada, os benefícios e a segurança do trabalhador.
Neste artigo, vamos explicar de forma simples o que é a pejotização, como ela ocorre, quais os prejuízos para o trabalhador e o papel fundamental dos sindicatos na luta contra essa prática e outras fraudes nos contratos de trabalho.
Se você é trabalhador ou atua em um sindicato, esse conteúdo vai te ajudar a entender melhor seus direitos e como defendê-los.
Sumário de Conteúdo
- O que é a pejotização?
- Quais são os tipos de fraudes comuns nos contratos de trabalho?
- Como os sindicatos podem atuar contra essas fraudes?
- Contrato CLT vs. PJ
- Caminhos para fortalecer a atuação sindical
- Tenha o auxílio de um Advogado sindicalista
O que é a pejotização?
A pejotização acontece quando uma empresa obriga ou orienta o trabalhador a abrir um CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), como se fosse uma empresa, para prestar serviços. Na prática, esse trabalhador continua fazendo o mesmo tipo de trabalho que faria com carteira assinada, com subordinação, jornada de trabalho e obrigações, mas sem os direitos trabalhistas garantidos pela CLT.
O trabalhador “pejotizado” deixa de ter:
- FGTS depositado mensalmente;
- 13º salário;
- Férias remuneradas;
- Aviso prévio em caso de demissão;
- Licença-maternidade/paternidade;
- Benefícios como vale-transporte e vale-refeição;
- Aposentadoria adequada, por não contribuir como empregado.
Isso tudo gera um enorme prejuízo ao trabalhador, que fica desprotegido e com menos garantias para o futuro.
Quais são os tipos de fraudes comuns nos contratos de trabalho?
Além da pejotização, existem outras formas de fraudar as relações de trabalho. Veja algumas delas:
- Falsos contratos de estágio: quando o trabalhador exerce função comum, sem relação com a formação educacional, mas é contratado como estagiário.
- Cooperativas fraudulentas: empresas criam cooperativas de fachada para contratar trabalhadores sem vínculo formal.
- Terceirização irregular: uso de terceirização em atividades-fim sem garantia dos direitos.
Essas práticas têm em comum a intenção de reduzir custos trabalhistas para a empresa, mesmo que isso signifique prejudicar os direitos dos empregados.
Como os sindicatos podem atuar contra essas fraudes
Os sindicatos têm um papel essencial no combate à pejotização e às fraudes trabalhistas. Veja como eles podem atuar:
- Fiscalização: manter contato com os trabalhadores e identificar casos suspeitos.
- Denúncias ao Ministério Público do Trabalho (MPT): quando identificada uma prática ilegal.
- Ações judiciais coletivas: buscar na Justiça o reconhecimento do vínculo empregatício.
- Campanhas de conscientização: informar os trabalhadores sobre seus direitos.
- Negociação coletiva: incluir cláusulas que inibam essas práticas nos acordos.
Contrato CLT vs. PJ
Benefício/Proteção | Trabalhador CLT | Trabalhador Pejotizado |
FGTS | Sim | Não |
13° salário | Sim | Não |
Férias + 1/3 | Sim | Não |
Licença maternidade/paternidade | Sim | Não |
Aviso prévio | Sim | Não |
Aposentadoria | Sim | Limitada |
Estabilidade | Relativa | Inexistente |
Casos práticos e exemplos
Imagine uma empresa que contrata todos os seus trabalhadores como PJ.
Cada um é obrigado a emitir nota fiscal, mas precisa cumprir jornada fixa, não pode se recusar a tarefas, tem chefe direto e não tem autonomia.
Esse é um claro exemplo de relação de emprego disfarçada.
Em situações assim, o sindicato pode procurar esses trabalhadores, coletar provas, denunciar ao MPT e entrar com uma ação civil pública para que a empresa reconheça os vínculos.
O que o trabalhador pode fazer?
- Procurar o sindicato da sua categoria;
- Guardar provas (mensagens, e-mails, registros de ponto);
- Não assinar contratos sem ler ou sem entender;
- Recusar propostas que exigem abrir CNPJ para exercer atividades que claramente caracterizam emprego.
Caminhos para fortalecer a atuação sindical
Para que os sindicatos sejam ainda mais fortes no combate à pejotização, é importante:
- Ter um setor jurídico atuante e especializado;
- Estabelecer canais de denúncia anônima para os trabalhadores;
- Promover formação política e jurídica de suas lideranças;
- Buscar articulação com outras entidades sindicais.
Tenha o auxílio de um Advogado sindicalista
A pejotização é um problema que enfraquece a classe trabalhadora e aumenta a desigualdade.
Os sindicatos têm um papel essencial na defesa dos direitos dos trabalhadores e precisam estar atentos, mobilizados e bem assessorados.
Se o seu sindicato deseja fortalecer sua atuação jurídica, conte com a FFM Advogados.
Temos uma equipe especializada em Direito Sindical e ampla experiência no combate às fraudes trabalhistas.
Entre em contato conosco e saiba como podemos ajudar a sua entidade a garantir mais justiça para os trabalhadores.