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Assédio moral e burnout na indústria gamer: o que diz a legislação?

A indústria de games é uma das mais dinâmicas e rentáveis do mundo contemporâneo.

Com um crescimento exponencial impulsionado por avanços tecnológicos e uma base de consumidores engajada, o setor movimenta bilhões de dólares anualmente.

No entanto, por trás do brilho das telas e do entretenimento de ponta, existem realidades laborais muitas vezes negligenciadas: o assédio moral e o burnout são problemas recorrentes enfrentados por trabalhadores desse segmento.

Neste artigo, exploramos profundamente as questões do assédio moral e do burnout na indústria de games, analisando o que diz a legislação brasileira, quais são os direitos dos trabalhadores, como denunciar, e de que forma o suporte jurídico pode ajudar a transformar esse cenário.

Sumário de Conteúdo

  1. O que é assédio moral?
  2. O que é burnout?
  3. Como surge o assédio moral e burnout na indústria gamer?
  4. O que diz a legislação brasileira sobre assédio moral e burnout?
  5. Diferenças entre assédio moral e burnout
  6. O papel do advogado 

O que é assédio moral?

Ao se falar em trabalhadores da indústria de jogos, muitas pessoas pensam apenas nos desenvolvedores Assédio moral no trabalho é toda conduta abusiva que se repete ao longo do tempo com o objetivo de humilhar, diminuir, isolar ou desestabilizar psicologicamente o trabalhador.

Essa conduta pode ser praticada por superiores hierárquicos, colegas ou até mesmo subordinados.

Exemplos de assédio moral:

  • Gritar com o funcionário em público;
  • Sobrecarregar com tarefas impossíveis de cumprir;
  • Ridicularizar ou expor ao vexame;
  • Ignorar ou excluir o trabalhador de atividades e comunicações;
  • Ameaçar constantemente com demissão.

Na indústria de games, isso se manifesta com frequência durante os chamados “crunch times” (períodos de trabalho intensivo antes do lançamento de jogos), quando as jornadas se tornam abusivas e a pressão psicológica aumenta.

O que é burnout?

Burnout é uma síndrome causada por estresse crônico no ambiente de trabalho. Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o burnout como um fenômeno ocupacional, caracterizado por:

  • Redução da eficácia profissional.
  • Sensação de esgotamento;
  • Distanciamento mental do trabalho;

Como surge o assédio moral e burnout na indústria gamer?

A cultura do “crunch”, aliada à ausência de regulamentações claras em muitos contratos, à informalidade, e ao glamour que envolve o setor, favorece ambientes de trabalho abusivos.

Sinais comuns:

  • Jornadas superiores a 60 horas semanais;
  • Pressão para permanecer no estúdios por noites e fins de semana;
  • Falta de reconhecimento do esforço individual;
  • Ambientes competitivos e agressivos;
  • Falta de espaço para denunciar abusos.

O que diz a legislação brasileira sobre assédio moral e burnout?

Embora o assédio moral não esteja tipificado de forma específica na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ele é considerado ilícito e pode gerar diversas consequências jurídicas.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) e a jurisprudência dos tribunais regionais do trabalho reconhecem o direito à indenização por danos morais nesses casos.

Fundamentos legais:

  • Artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal (inviolabilidade da honra e da imagem);
  • Artigo 927 do Código Civil (dever de indenizar);
  • CLT – Artigos sobre meio ambiente do trabalho saudável.

Como síndrome reconhecida pela OMS e vinculada ao trabalho, o burnout pode ser classificado como doença ocupacional.

Isso significa que o trabalhador pode ter direito a:

  • Afastamento com auxílio-doença;
  • Estabilidade provisória após retorno;
  • Ação de indenização por danos morais e materiais.

O que a CLT assegura:

  • Art. 19 da Lei nº 8.213/91: considera acidente de trabalho toda doença relacionada ao trabalho.ovas” de forma efetiva.
  • Art. 6º: equiparação entre trabalho presencial e remoto;
  • Art. 157: dever do empregador de zelar pela segurança e saúde dos trabalhadores;

Diferenças entre assédio moral e burnout

CaracterísticaAssédio MoralBurnout
NaturezaComportamento abusivoConsequência do estresse crônico
Agente causadorSuperior, colega ou subordinadoAmbiente de trabalho
Reconhecimento legalIndenização por danos moraisDoença ocupacional
Formas de provaTestemunhas, mensagens, e-mailsAtestado médico, laudos psicológicos
Consequências para a empresaMultas, indenizações, fiscalização do MPTResponsabilidade civil e trabalhista

Como o trabalhador pode agir diante desses cenários

O primeiro passo é reconhecer os sinais.

Muitas vítimas de assédio moral ou burnout acreditam que o sofrimento faz parte da profissão, o que não é verdade. 

Depois, é essencial:

  1. Ajuizar ação trabalhista, se for o caso.ídico desde o início.
  2. Documentar os abusos (e-mails, prints, gravações);
  3. Procurar apoio médico e psicológico;
  4. Buscar orientação jurídica especializada;
  5. Avaliar a possibilidade de denunciar ao Ministério Público do Trabalho;

O papel do advogado

A indústria de games não pode continuar prosperando às custas da saúde mental e da dignidade dos seus profissionais.

Combater o assédio moral e o burnout não é apenas uma questão legal, mas também ética e social.

A FFM Advogados é referência em Direito do Trabalho e Direito Desportivo, com experiência na defesa de profissionais da indústria criativa e digital.

Nossa equipe está preparada para orientar vítimas de abusos laborais, oferecer suporte jurídico completo e buscar a justa reparação dos danos sofridos.

Não está sozinho nessa luta. 

Fale com a FFM Advogados e proteja seus direitos.

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